Até há bem pouco tempo (hoje, digamos), a imprensa portuguesa recorria a aspas, itálicos ou a um organograma de Manuela Moura Guedes sempre que se referia ao
arrastão de 10 de Junho. Ao contrário dos jornais brasileiros, que usam ostensivamente esse conceito sem artifícios de estilo, aí estava um sinal mais do nosso subdesenvolvimento criminal. Acontece que uma edição recente d´
A Capital vem
esclarecer tudo. Afinal, utilizavam-se aspas porque o arrastão não passou de uma figura tridimensional obtida por registo, em chapa fotográfica, dos efeitos da sobreposição de duas ondas provenientes de uma mesma fonte luminosa: «um holograma», terá sintetizado o jornalista responsável pela descoberta, dando como exemplos do mesmo fenómeno o alerta de onda gigante que em 1999 deixou as praias do Algarve desertas e Pedro Santana Lopes. Aguarda-se agora que o
Independente e a revista
Maria retomem estes desenvolvimentos para concluírem em definitivo que tudo não passou de uma acção de campanha de Manuel Monteiro e da sua Nova Democracia para tornar Pamela Anderson nadadora-salvadora da praia de Carcavelos (ou, em alternativa, Margarida Rebelo Pinto como mastro de bandeira).
# escrito pelo dr. rotwang