Uma pessoa lê «
Solidariedade - Um camião de apoio para o Ricardo» e pensa logo num TIR. Cheio de areia e água. Mais um trolha com uma pá e quatro ou cinco sacos da
Cimpor. Doce ilusão, portanto, tristemente passageira.

Nuno Rogeiro foi ontem ao Jornal da Noite da SIC dar o seu contributo para que a populaça compreenda o alcance do furacão com nome de prostituta do antigo bloco soviético:
«Se eu fosse uma pessoa do Bloco de Esquerda ou da esquerda clássica, tinha aqui um cenário típico de análise marxista: os ricos, uma minoria de brancos, defendem a tiro as suas propriedades de uma maioria de negros que perdeu tudo; que é pobre, miserável, morta e faminta» [citado de memória, o que é mau indício].
Realmente, é preciso ser-se um manipanço leninista para tais fábulas. Um gajo vê as imagens e nem percebe como é que o homem se foi lembrar disto e tal.
# escrito pelo dr. rotwang
Segundo o Público, «
a limpeza de Nova Orleães, infestada de animais como cobras, ratos e insectos; fezes; detritos e despojos poderá durar mais de um mês». Como tal, e antes que esse processo fique concluído, a cidade já está a ser promovida como um destino turístico muito concorrencial junto dos iraquianos.
Há alguns dinheiros muito bem ganhos. Assim de repente, para além das proto-licenciadas que povoam as páginas de
relax, surge-me Margarida Rebelo Pinto. É parecido, mas há diferenças. As suas prosas no Portugal Diário, por exemplo:
«É assim que vejo a minha cidade, confusa, perdida dentro de si mesma, poética nos miradouros, assustadora nas novas urbanizações sem lógica nem critério, onde edifícios vencedores do prémio Valmor toleram no silêncio do betão autênticos monstros arquitectónicos que me despertam uma alma implosiva, e de repente imagino-me num terraço qualquer da cidade a descer com convicção e ardor uma alavanca que reduzir a pó, cinzas e nada alguns destes abortos gigantes que me fazem doer os olhos e me ferem o orgulho alfacinha.»
Por mais que tentasse, nenhuma puta a concluir o seu bacharelato conseguiria escrever algo assim tão mau.
Já os abortos, em contrapartida, passarão a sê-lo.