Há alguns dinheiros muito bem ganhos. Assim de repente, para além das proto-licenciadas que povoam as páginas de
relax, surge-me Margarida Rebelo Pinto. É parecido, mas há diferenças. As suas prosas no Portugal Diário, por exemplo:
«É assim que vejo a minha cidade, confusa, perdida dentro de si mesma, poética nos miradouros, assustadora nas novas urbanizações sem lógica nem critério, onde edifícios vencedores do prémio Valmor toleram no silêncio do betão autênticos monstros arquitectónicos que me despertam uma alma implosiva, e de repente imagino-me num terraço qualquer da cidade a descer com convicção e ardor uma alavanca que reduzir a pó, cinzas e nada alguns destes abortos gigantes que me fazem doer os olhos e me ferem o orgulho alfacinha.»
Por mais que tentasse, nenhuma puta a concluir o seu bacharelato conseguiria escrever algo assim tão mau.
# escrito pelo dr. rotwang